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Circle e HiFi adicionam USDC a remessas para Brasil e Hong Kong

A empresa Circle, que é a responsável pela stablecoin USDC, anunciou uma novidade interessante. A HiFi Bridge, uma plataforma que trabalha com remessas, agora faz parte da Circle Payments Network (CPN). Isso significa que, a partir de agora, será possível realizar remessas entre Brasil, EUA e Hong Kong usando o USDC.

A HiFi Bridge traz uma solução bem prática, permitindo pagamentos rápidos e sem complicações. Segundo a empresa, toda a movimentação é feita de forma ágil, sem a necessidade de configurações complicadas. A ideia é que os pagamentos sejam tão rápidos quanto a internet.

Além dessa parceria, a Circle também se uniu à Matera, uma empresa que atua no mercado financeiro brasileiro. Com essa aliança, mais de 280 instituições financeiras podem integrar o uso do USDC. Isso inclui nomes conhecidos como C6, Cielo, XP, PagBank e Claro. Com isso, os clientes dessas instituições poderão abrir contas em dólar de maneira simples, direto pelo app do banco.

Carlos Netto, o CEO da Matera, destacou que a intenção é democratizar o acesso às stablecoins. Ele afirmou que a proposta é trazer o USDC para quem nunca trabalhou com criptomoedas, mas que gostaria de ter uma conta em dólar. Além disso, essa integração permitirá que os bancos ofereçam operações em dólar sem a necessidade de estruturas no exterior, reduzindo custos e evitando o IOF.

Setor de Remessas

A parceria com a HiFi Bridge é uma jogada estratégica da Circle para entrar no crescente mercado de remessas. Em 2024, esse setor movimentou cerca de US$ 905 bilhões, com uma previsão de ultrapassar US$ 1 trilhão até 2029. Nos EUA, que é a principal fonte global desse tipo de serviço, as remessas para a América Latina chegaram a US$ 160,9 bilhões em 2024.

Com o aumento do uso de aplicativos digitais, 69% das pessoas que enviam remessas já estão utilizando plataformas digitais. E na hora de receber, essa preferência é quase ainda maior, com 61% dos usuários optando por essa modalidade. Contudo, o custo das transferências da América do Norte ainda é elevado, em torno de 6,03%.

A digitalização das remessas não passou despercebida pelo governo dos EUA. Recentemente, estão sendo debatidas propostas para a aplicação de uma taxa de até 1% sobre as remessas internacionais.

Remessas no Brasil

No Brasil, as remessas estão se mantendo estáveis. Em maio de 2025, o país recebeu US$ 330 milhões. Embora tenha havido uma leve queda em comparação com abril, quando foi registrado US$ 355 milhões, o fluxo está dentro da média anual, que fica em torno de US$ 208 milhões mensais. Apesar desse valor representar apenas 0,25% do PIB brasileiro, as remessas são fundamentais para muitas famílias, especialmente em estados com muitos migrantes ou pessoas que dependem do suporte financeiro de parentes que vivem fora.

Quanto a Hong Kong, os dados mais recentes são escassos, mas o fluxo de remessas na região continua seguindo a tendência global. Como um importante centro financeiro e de migração na Ásia, Hong Kong mantém um fluxo constante, com uma boa adoção de plataformas digitais. No entanto, os custos ainda são relativamente altos, cerca de 6,6% do valor transferido.

A digitalização se confirma como a grande propulsora desse setor. A Juniper Research prevê que o volume de remessas digitais deve saltar de US$ 295 bilhões em 2021 para US$ 428 bilhões até 2025. Isso indica que, em breve, mais da metade das transferências globais poderá ocorrer por meio de plataformas e carteiras digitais, proporcionando um aumento na velocidade e uma redução nos custos das transferências.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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